sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ui.Ui

Capítulo 11 (Parte 1)





Esse sonho, só me deixou mais atormentada e problemática , do que eu já sou, mas era tão real..
Quando eu acordei , tomei um banho pra ver se eu melhorava um pouco.Tomei café da manhã na pousada.
Fui em direção ao hospital, olhei as lojas , com aquelas roupinhas bonitinhas de bebe.Entrei em uma loja, que tinha acabado de abrir, e comprei a primeira roupinha do meu filho. Era verde , um macacãozinho , imaginei como ficaria, perfeito nele.
Depois quando eu já estava quase chegando no hospital, imaginei o rostinho dele , com os olhos do pai e a boca dele . Com o mesmo jeito e as mesmas manias bobas.
Cheguei no hospital no sempre, andei pelo corredor , parei em sua porta, olhei aqueles números que sempre me agoniavam e entrei. Olhei, seu corpo imóvel, e caminhei , desejando alguma mudança.
Sentei na cadeira ao lado da cama e fiquei olhando-o, nem estava afim de escrever , na verdade eu acho que eu já até terminei de escrever o livro, mas não tenho certeza absoluta , ainda falta revisar, ver se o final está bom e talz...
Fui almoçar, nem consegui comer nada , só aquele cheiro , já me enjoava.Voltei pra a pousada, revisei o livro , parecia bom .Isso me animou um pouco , depois de tanto tempo escrevendo, ninguém vai acreditar que eu terminei , na verdade, nem eu acredito , que eu finalmente terminei.
Liguei pra uma amiga que sempre lia meu livro, antes de eu mandar pra o editor. E pedi pra ela depois mandar pra ele assim que ela lesse. É claro , que ela ficou me perturbando, dizendo que achava que eu devia voltar pra a cidade e ficar com minha família , e que minha mãe , já estava desesperada, porque eu retornei nenhuma ligação. E ela nem sabia que eu estava grávida, e eu também não ia contar.
Com essa história de família, foi que eu lembrei que eu nem tinha ligado pra a avó do David. Na verdade , David nem tem família, os pais deles largaram ele quando ele era criança , ele nem lembra deles. Os avos que criaram ele, mas a avó dele nunca nem ligou realmente, quem se preocupava era seu avô, que morreu a uns anos atrás, então ele nem fala com a avó, e acho que ela realmente nem se importa , mas... E acho que seria certo contar pra ela... Hoje ? Não , estou sem nenhuma paciência ...
Nossa, agora eu estou ficando preocupada com a minha saúde mental. Eu estou falando comigo mesma. Meu Deus...
Dormi um tempão, até de noite, ultimamente estou ficando mais preguiçosa que o normal. Levantei, tomei um banho e fui pra o hospital , acho que é bom eu pelos menos ver gente ou conversar com alguém , sei lá.
Cheguei , o Rafael , estava lá , ela estava de folga nessa hora e a gente ficou conversando um pouquinho e ele disse que o plantão dele já estava acabando , que se eu esperasse mais um pouco, a gente podia jantar juntos. Nem pensei em negar com a solidão que eu estou...Pelo menos tenho alguém pra conversar.
Fiquei esperando no quarto do David, falando coisas idiotas e sem importância. Mesmo sem responder, eu podia sentir que ele estava me ouvindo, eu podia sentir, eu não sei como , mas eu podia.