segunda-feira, 13 de abril de 2009

Diario de uma suicida

Capítulo 7




Ele ligou pra o meu celular , eu atendi:
-To na porta.
-Já estou indo .
-Ok
Eu estou ficando com medo desse cara, como ele conseguiu o meu numero?Será que eu dei pra ele e não me lembro?Meu deus , eu estou ficando psicótica.
Sai no meu quarto e caminhei em direção a porta da pousada , e o medico estava me esperando, foi só agora que eu reparei como era o medico.Tinha uns fios brancos , o seu rosto era bonito, seus olhos eram claros, mas não conseguir definir que cor, seu nariz era um pouco grande, e sua boca normal.Seu rosto parecia cansado e envelhecido.
Entrei no carro, ficamos uns cinco minutos em silencio, depois eu lembrei que eu ainda não sabia o nome dele, e resolvi perguntar:
-Bom, sabe , por mais estranho que isso parece, sabe..eu ainda não sei o seu nome.
-Bem, eu acho que eu me apresentei, mas você estava tão nervosa..Bom, de qualquer forma, meu nome é Rafael.
-Acho que você sabe o meu nome né?!Mas de qualquer forma meu nome é Paloma.
-É , eu já sabia..
-Mas...O shopping é muito longe ?
-Mais ou menos , a gente chega em uns 20 minutos, o que você quer comprar? A desculpa , se é pessoal, por que eu sou meio curioso as vezes..
-Ah, tudo bem, eu tenho que comprar umas roupas, escova de dentes, pasta de dente , essas coisas, por que devo ficar ainda mais um tempo aqui, umas quatro dias, não sei ainda, então ... E você , vai comprar alguma coisa?
A gente conversou bastante.Chegamos no shopping , que não era muito grande, mas eu não queria comprar muita coisa mesmo.
Entrei em uma loja, e comprei umas roupas, engraçado que o Rafael foi muito paciente, ficou esperando. Depois tinha que ir na farmácia, comprei tudo que tinha pra comprar.
Saímos do shopping, Rafael, queria que eu conhecesse um restaurante.Chegamos lá , já eram umas 9horas . O restaurante era lindo , todo de madeira, com umas cortinas bonitas, parecia que nem era de verdade.
Sentamos na mesa, por dentro era melhor ainda, tinha velas por toda a parte, e tudo parecia perfeito. Escolhemos um prato , comemos, conversamos muito.Quando eu percebi , já eram meia noite.
Ele me levou de volta pra pousada e eu disse :
-Então, tchau...Até amanha.
-Tchau, até amanha ...Você vai que horas pra lá ?
-De manhã concerteza, umas 9horas.
-Até então...
Ele caminhou até o seu carro, e ficou esperando eu entrar na pousada.
Cheguei no meu quarto, estava muito cansada, só pensava em dormir. Sonhei novamente.
Parecia tudo muito real, o David estava sentado, no sofá da minha casa e eu estava fazendo o café, eu olhava pra ele , eu estava com uma barriga enorme, e dizia eu preciso me sentar , não agüento ficar em pé muito tempo, então ele se lenvantava e me ajudava a chegar no sofá , eu olhava pra ele e o beijava. Então eu gritava :
-A bolsa estorou ! Liga pro Rafael agora !










domingo, 12 de abril de 2009

Diario de uma suicida

Capítulo 6




Acordei, hoje eu ia poder sair do hospital, e tinha que resolver tantas coisas,como a transferência do David pra outro hospital na nossa cidade,tinha que voltar pra minha casa, não agüentava mais ficar naquele hospital.
Arrumei as minhas coisas, e fui pra a recepção preencher a papelada,hoje apesar do meu sonho, eu estava me sentindo um pouco melhor.Falei com o medico, que por sinal, eu ainda não sabia o nome dele.
-Ah, oi...
-Oi, como você está ?
-Um pouco melhor...
-Está sentindo tonteiras?
-Não , eu estou bem ...
-Que bom, quando o David vai ser transferido?
-Bem ...Acho que depois de amanha , mas talvez mais ...
-Ah, então ...Você vai ficar pela cidade mais um pouco ?
-Ah , isso eu não sei ...Eu não queria , mas não vou deixar o David aqui, então acho que eu posso esperar mais uns dias...
-E onde você vai ficar?
-Eu não sei, estou pensando em ver uma pousada por aqui.
-Hum , eu conheço uma aqui perto, se você quiser o telefone...
-Ah, quero sim...
Ele abriu o celular, procurou o numero e depois me mostrou e eu anotei no meu celular.
Fui olhar o David, na cama daquele hospital, fiquei parada observando-o, como sempre fazia. Cheguei mais perto , segurei sua mão, e mesmo tentando não chorar, uma lagrima escorreu dos meus olhos e caíram em suas mãos.
Peguei meu celular e disquei o numero da pousada.
-Alô?
-Oi , tem vaga de hoje , até domingo ?
-Só um minuto, vou checar .
-Ok
-Ah , tem vaga sim, pode vir agora se a senhora quiser.
-Que bom, eu vou daqui a pouco.
-Tudo bem .
-Tchau.
-Tchau.
Tinha que procurar o medico, pra saber onde era a pousada e onde tinha um shopping ou algum comercio, por que na pressa eu não peguei nada. Só minha bolsa.
Encontrei ele no corredor, ele me disse onde era a pousada e falou que tinha um shopping , só que era longe, mas quando ele saísse de lá, ele podia me levar. Não discuti, afinal, ele é muito legal comigo, e me entende.
Andei,andei, depois de uns vinte quarteirões eu achei a pousada, que era bem bonitinha, tinha umas florzinhas na porta, e a parede era toda colorida.
Entrei, falei com a recepcionista, ele me mostrou o quarto, fiquei vendo TV e pensando, enquanto esperava o medico, pra me levar no shopping. Que estranhamente, eu não sabia o nome ou simplesmente não me lembrava.